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É em Lisboa, Porto e Cascais onde os norte-americanos mais procuram casas para comprar e arrendar, dizem dados do idealista/data.
"A qualidade de vida, o sol, o mar, a segurança, a saúde e a educação têm atraído cada vez mais famílias dos EUA para viver em Portugal. Mas não só. A par dos incentivos fiscais, a recente valorização do euro face ao dólar tornou as casas ainda mais acessíveis aos bolsos dos norte-americanos. Foi por tudo isso, a par da normalização do teletrabalho durante a pandemia, que nos últimos dois anos as famílias norte-americanas intensificaram – e muito - a procura de casas para comprar e arrendar no nosso país, tendo a mira apontada, sobretudo, aos municípios de Lisboa, Porto e Cascais, segundo mostram os dados do idealista/data. A grande incógnita agora é saber se a procura de casas por norte-americanos em Portugal continuará em alta depois da recente instabilidade financeira que eclodiu os EUA e rapidamente se fez sentir na Europa, sendo que para já o mercado está confiante.
Os negócios imobiliários continuaram a fluir em 2022, apesar da alta inflação, que pressiona o poder de compra, e da subida dos juros, que torna o crédito habitação mais caro. São os portugueses quem mais compra casa no nosso país, mas os estrangeiros têm estado cada vez mais dinâmicos neste mercado, com destaque para os norte-americanos. Os dados do idealista/data revelam que o interesse das famílias oriundas dos EUA por comprar casa em Portugal aumentou 88% entre 2020 e 2022. E a procura por casas para arrendar por parte de norte-americanos mais do que duplicou neste período (+154%). Em ambos os mercados, foi entre 2020 e 2021 (em plena pandemia) que o número de visitas às habitações mais aumentou.
A questão é que o cenário económico e financeiro mudou no início de 2023 com o colapso de dois bancos nos EUA: primeiro o Silicon Valley, seguido do Signature Bank. E a turbulência financeira logo se fez sentir na Europa, colocando o Credit Suisse em série dificuldades. A contaminação dos mercados financeiros por efeito dominó foi rapidamente travada pelas autoridades norte-americanas e europeias, que garantiram que os sistemas financeiros são hoje mais robustos. Entretanto, para evitar danos maiores, o banco suíço UBS comprou o Credit Suisse. E os depósitos do Silicon Valley Bank estão em processo de aquisição pelo First-Citizens Bank & Trust, que obteve luz verde para avançar com a operação há cerca de duas semanas.
Toda esta situação deixou os mercados em sobressalto (o imobiliário inclusive) e minou a sua confiança. “Qualquer crise financeira nos Estados Unidos acabará por ter impacto na Europa e, por sua vez, em Portugal, seja pela confiança dos mercados seja pelas estratégias assumidas por cada agente económico. De qualquer modo, os impactos nunca são imediatos e permitem a adoção de medidas para mitigar o seu reflexo”, explica Miguel Cabrita, responsável pelo idealista/créditohabitação em Portugal. Foi por isso mesmo que a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva admitiu no final de março que continua a ser necessário ter uma “vigilância contínua” sobre a “elevada” incerteza que paira sobre os mercados financeiros.
Agora, resta saber se a recente instabilidade financeira vai influenciar a compra de casas em Portugal por parte dos cidadãos norte-americanos ou não. Até ao momento, os sinais são de confiança e tudo indica que os negócios em 2023 continuam de vento em popa, tendo sido observado um “ligeiro aumento da procura por parte dos clientes norte-americanos desde o último trimestre de 2022”, partilhou com o idealista/news Vanessa Moreira, sales director de Engel & Völkers Portugal.
Onde é que os norte-americanos mais procuram casa para comprar?
Os cidadãos oriundos dos EUA têm estado cada vez mais ativos na procura de casas para comprar no nosso país. E o que os dados do idealista/data também revelam é que, entre os 25 municípios que registaram a maior procura no final de 2022, o interesse dos norte-americanos por casas à venda disparou no Funchal, na Nazaré, em Braga e em Vila Real de Santo António entre dezembro de 2022 e o mesmo mês de 2021. Face ao mesmo período de 2020, a procura mais do que duplicou em 18 concelhos.
Mas quais são os municípios que mais atraem estas famílias para morar e investir? Lisboa foi o concelho que registou maior número de visitas desde o mercado norte-americano, representando 17,5% do total registado nos 308 concelhos em dezembro de 2022. Logo a seguir está o Porto, Cascais, Lagos e Portimão. Já os municípios que menos parecem despertar interesse às famílias norte-americanas para adquirir habitação é Barrancos, em Beja, Freixo de Espada à Cinta, em Bragança, e Mêda, na Guarda.
O foco geográfico dos norte-americanos muda consoante o tipo de habitação que pretendem comprar, mostram ainda os dados do idealista/data referentes a dezembro de 2022. Por exemplo, quem quer adquirir uma moradia para viver procura sobretudo em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel (Açores), em Cascais, no Funchal, em Loulé e no Porto.
Também há quem se mude dos EUA e prefira viver na tranquilidade do campo, procurando casas rústicas à venda. Aqui o maior interesse centra-se nos municípios de Castelo Branco, Sintra, Marco de Canaveses, Loulé e Silves. Já quem procura comprar terrenos - para construir uma casa, por exemplo, ou até para instalar uma casa pré-fabricada – fá-lo sobretudo nos concelhos de Ponta Delgada, Sintra, Cascais, Mafra, Sesimbra e Vila Franca do Campo.
Os dados do idealista/data revelam, portanto, que o interesse dos norte-americanos por comprar casas em Portugal muito cresceu nos últimos dois anos. E os especialistas contactados pelo idealista/news, imeadiatamente após rebentar a crise, acreditam que a recente turbulência nos mercados financeiros nos EUA não deverá abalar a procura. Desde logo, David Moura-George, diretor geral da Athena Advisers Portugal, diz continuar a ver “os cidadãos norte-americanos muito interessados em comprar casa em Portugal e em mudar-se para o nosso país”. E, depois, admite ainda que a atual instabilidade financeira poderá ainda beneficiar o investimento no imobiliário, por ser mais sólido. Esta é uma opinião partilhada pelo diretor geral da Porta da Frente Christie’s, que diz mesmo que a atual crise bancária nos EUA "reforça a ideia cada vez mais enraizada que não há melhor aplicação que o imobiliário. Ou seja, vai continuar o fluxo de transferência de fundos do mercado financeiro para o imobiliário", conclui Rafael Ascenso.
Arrendar casa: famílias dos EUA procuram casas em Lisboa, Porto e Cascais
A procura de casas para arrendar em Portugal por parte de famílias norte-americanas mais do que duplicou entre dezembro de 2020 e dezembro 2022 (+154%), indicam os dados. E foi precisamente em Braga, no Funchal, em Vila Real de Santo António, na Amadora e Matosinhos onde a procura mais escalou entre estes dois momentos – nestes cinco municípios o número de visitas às casas disponíveis para arrendar no idealista mais que triplicou.
Na reta final de 2022, os norte-americanos focaram a procura de casa para arrendar em Lisboa, Porto e em Cascais, correspondendo a 28%, 12,2% e 8,4% do total de visitas nesse período, respetivamente - Além destes, também Tavira, Braga e Loulé estão entre os que reuniram maior número de visitas em dezembro de por parte dos norte-americanos. Já os concelhos que menos atraíram os estadunidenses para arrendar casa foram São João da Pesqueira (distrito de Viseu), Arronches (Portalegre) e Penedono (Viseu).
No mercado de arrendamento, também o foco geográfico das famílias vindas dos EUA muda consoante o tipo de casa que procuram. Ora, a maior procura por chalets para arrendar foi registada em Cascais, Porto, Loulé, Tavira e Albufeira. Já as casas rústicas para arrendar são mais pesquisadas em Tavira, Nazaré, Silves, Sintra e em Caminha. No que diz respeito aos quartos para arrendar, a procura dos norte-americanos é mais expressiva em Lisboa, Porto, Cascais, Coimbra e Almada, revelam ainda os dados do idealista/data.
Há vários motivos que podem ajudar a explicar o facto de os norte-americanos estarem cada vez mais ativos no mercado residencial português, seja para comprar ou arrendar casa:
fonte: "Idealista.pt" - "2023/04/12"